quarta-feira, 19 de março de 2008

A dúvida: quando o racional interrompe a chama

Ela tem as suas convicções. Ideias que formou ao longo da sua existência e vivências e tomou para si,como verdades regentes das suas atitutes e opções. Quando fala, as suas convicções tornam-se transparentes para os que a escutam com clareza e perspicácia de compreensão.

Não é fácil para o homem desprender-se do que os olhos observam. Quando conversa com uma mulher, todas os pequenos pormenores associados à sua expressão corporal constituem distracções visuais: cada pestanejar, esboço de sorriso, cada pequeno tremor muscular (indiciante da percepção da mulher de estar a ser observada e apreciada).
Isto, no decorrer de um encontro entre duas pessoas que per si se sentem atraídas mutuamente, enevoa a capacidade de falar e ouvir com clareza.

A partir do momento em que ela se apercebe do olhar avaliador-apreciador dele... As certeza das convicções que até há pouco defendiam com garras e dentes estremece. Engole em seco. Sente um arrepio, que desemboca num reajuste das pupilas. O desejo apodera-se-lhe do corpo. Agora, as suas garras e dentes querem agarrá-lo a ele.

Quer controlar-se. Para quê? Pondera. Controlar-se permitir-lhe-á controlar a situação. Para adquirir o estatuto de difícil, a pela qual é preciso elevar as fasquias da conquista. Como saber? Ele pode ser recto e assumir no momento que se ela não quer, terá de se conter e ficar por aí. E ambos chucharão no dedo pois é possível que sejam igualmente orgulhosos.
Quer ceder. Porque não seguir os seus impulsos? Vai saber tão bem! Mas e depois? Ele vai ter o que queria. Ela também... E se depois, nada?
É facil,pensa. Segue os seus instintos e desejos. Basta que se não deixe apaixonar. Depois tudo será fácil.

Ele diz que não aguenta mais. Inundam-se.

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